segunda-feira, 9 de agosto de 2010

UMA PRAÇA E UMA VITÓRIA

Pablo Renan Silva Campos (Graduando em História pela Universidade Federal de Sergipe. Projeto “A Praça São Francisco é do Povo” (DHI-UFS)
É momento de festejar. Toda a sergipanidade está satisfeita com a conquista obtida no último domingo dia 1 de agosto de 2010. A Praça São Francisco (e seu entorno: Igreja e Convento Franciscano, a Capela da Ordem Terceira - hoje Museu de Arte Sacra, a Antiga Casa de Misericórdia com sua Igreja, o Palácio Provincial e o Casario Antigo), recebeu através da UNESCO (Organizações das Nações Unidas para a Educação, Cultura e Comunicação), na 34ª sessão do comitê do Patrimônio da Humanidade, a chancela de Patrimônio da Humanidade, depois de superar alguns estorvos durante a campanha. O feito foi alcançado em meio a 39 monumentos que pleiteava o título. Foi a única representante brasileira nessa edição. Esse bem cultural está situado na cidade histórica de São Cristóvão, considerada a quarta mais antiga do país e já reconhecida em outras oportunidades pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), como Patrimônio Cultural estadual e nacional. Foi sem sombra de dúvida uma merecida vitória para São Cristóvão e para os sergipanos em geral, haja vista ser a segunda tentativa de tal candidatura, além do incontestável valor histórico, artístico e cultural. É uma fiel representante do período colonial brasileiro, guardando em seu espaço geográfico bens materiais e imateriais herdados desta época, e, sobretudo, serviu num passado remoto como cenário de diversas celebrações populares, como folguedos, taieira, danças com estilo afro e fervorosas festas religiosas. Em suma, a “Praça São Francisco” foi ao longo da história palco de diversas manifestações culturais, passando pelo contexto do período colonial, pelo festival de artes, onde se apresentavam vários cursos, exposições, espetáculos, seminários, manifestações folclóricas, cinema, teatro, dança, artes plásticas, literatura e artesanato, até os dias atuais é o ponto de encontros nos eventos religiosos da cidade, além de representar e/ou simbolizar o centro cultural de São Cristóvão. Já incluindo a praça como um dos novos monumentos catalogados pelo Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, pensemos agora em alguns benefícios que a posteriori vão ser proporcionados: criação de empregos diretos e indiretamente, pois, serão ofertados cursos técnicos de capacitação profissional, visando qualificar a mão-de-obra para trabalhar em setores como hotéis, pousadas, bares, restaurantes, drogarias, etc. Sobre o aumento do fluxo turístico, possibilitará o crescimento da renda municipal, através do aquecimento da economia motivada pelo comércio em geral, inclusive de artesanato e comidas típicas, e claro, haverá de forma mútua a fomentação e o avivamento da cultura local, possibilitando a preservação de um pedaço da história viva do nosso Brasil. Portanto, é a partir dessa conquista que nós sergipanos devemos assumir coletivamente nossas memórias, valorizando e salvaguardando nossas raízes e nossa cultura. Conhecer e educar são as palavras-chaves nesse processo, e é nesse âmbito que o título alcançado torna-se fundamental para a aquisição dessa nova mentalidade. (Coordenado pelo Prof. Msc. Claudefranklin Monteiro Santos (DHI) no ano de 2009).

Nenhum comentário:

Postar um comentário