quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Grande Problema do Patrimônio

Edson Jose Sá Júnior – I Unidade - Patrimônio Cultural 2009.2
Aluno do Curso de Licenciatura em História da UFS

Ao tratar do assunto patrimônio há uma diversidade de idéias tão grande que o conceito remetente à riqueza ou herança transmitida e construída é a mais aceita entre determinados indivíduos e grupos sociais. Entretanto o patrimônio, ou pelo menos seu conceito, é por demais relativo e depende de quem fala e de que ponto de vista fala.

Digamos que uma família tenha dois irmãos e o primogênito no leito de morte do seu avô paterno tenha ganhado do velho homem a caneta a qual ele usou durante toda sua vida ao assinar contratos milionários de sua empresa. O irmão mais novo jamais soube dessa história, contudo sempre observava o irmão mais velho usando uma mesma caneta nos negócios. Esses irmãos discutiram e o mais novo quebrou a caneta que fora do avô sem saber; ao ver o irmão mais velho chorando aos prantos o mais novo foi lhe perguntar o motivo de tanto choro tendo em vista que era apenas uma velha caneta e o primogênito relatou como a adquiriu e ambos choraram por perder tal recordação deixada pelo avô. Como o irmão mais novo poderia preservar algo cujo não conhecia? Esse é um dos problemas do patrimônio, apesar do governo fazer sua parte com leis, institutos e programas se a massa, a grande parte da população não conhecer seus bens, valores ela jamais se conhecerá, jamais reconhecerá a si próprio e não valorizando a si não valorizará a outras culturas.

Um outro problema do patrimônio um tanto diferente do estudado acima, mas não tão longe é que tudo depende do ponto de vista de quem vê. Mesmo o indivíduo conhecendo sua cultura, seus valores, porém ele não valoriza a cultura os patrimônios material e imaterial de outros povos. Pode ser pelo etnocentrismo, uma visão, em termos culturais, pífia onde valoriza-se apenas a sua cultura e a entende como superior a todas outras e há, como também, o relativismo cultural onde todas as culturas são valorizadas e respeitadas. Entretanto mesmo o relativismo cultural sofre com a individualidade , apesar de respeitar outras culturas a valorização é muito relativa e conseqüentemente prejudicada.

Em suma, esses problemas resumem-se em um: Como preservar o patrimônio se não conheço e se não valorizo a minha cultura e outras culturas? Essa é uma pergunta sem resposta que está imersa na intelectualidade humana. Nem Unesco, nem IPHAN pode resolver esse problema, contudo sem a participação das massas tudo algum dia se perderá.

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