quarta-feira, 27 de julho de 2011

Preservar para o futuro


Ao caminhar pela cidade de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, vemos uma realidade urbana de abandono e desprezo do bem cultural, que infelizmente também abate muitas outras cidades do país. Em alguns locais já estão sendo adotadas medidas para que se possa frear o estrago já feito e também, tentar evitar que novas perdas aconteçam. Iniciativas públicas e privadas, em conjunto ou separadas, já demonstram que nossos patrimônios têm chance de serem salvos.
Aracaju é uma cidade que tendo somente 156 anos de existência, deveria ser exemplo de conservação de seus bens materiais, dado o fato da pouca idade de seus monumentos de históricos. Todavia o que ocorre é bastante contrário ao desejo utópico daqueles que se preocupam com o patrimônio histórico dessa cidade. Incontáveis prédios e praças estão sucumbindo às forças do abandono e depredação.
Felizmente há uma faísca de luz do fim do túnel, pois em meio a todo um abandono quase generalizado, surgem pontos de esperança como a Praça Fausto Cardoso, o Palácio Olímpio Campos e o antigo Atheneuzinho, restaurados os dois primeiros e em processo de restauro o terceiro respectivamente, que nos fazem sonhar com uma “nova-velha” Aracaju, que poderia unir sua modernidade e avanços, ao brilho dourado dos tempos de outrora.
Mas muito mais ainda há de ser feito, pois o restauro, que é uma alternativa boa e positiva, vem sendo tratado como única nessa cidade e não como última, como seria o ideal. Talvez o segredo da conservação, esteja um pouco abaixo do grau de estudo de onde normalmente vêm os questionamentos e preocupações iniciais, talvez esteja na educação escolar das crianças e adolescentes. Nós, professores de História, Arte e Patrimônio Cultural, devêssemos tratar com mais seriedade e comprometimento desse assunto com os estudantes, pois se estamos falando de conservar e preservar, estamos falando muito mais de futuro do que de passado.


Cristal Maria Almeida Carvalho
Universidade Federal de Sergipe (Patrimônio Cultural - 2011.1) 

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