domingo, 2 de outubro de 2011

Técnicas de ensino on-line: uma experiência no curso de Museologia da UFS

Texto: Fábio Costa Figueirôa (Professor de Museologia da UFS, campus de Laranjeiras (*)
ff.jor@hotmail.com)

A luta e a persistência do homem em criar meios de registrar e passar adiante informações são tão antigas quanto a sua existência. A linguagem através de gestos, sinais de fumaça, pinturas, desenhos nas rochas e da escrita são exemplos de comunicação desde os primórdios da humanidade. Dos meios de comunicação mais antigos até os modernos (imprensa, telégrafo, cinema, rádio, televisão e internet), observa-se que, em qualquer época, o ser humano busca transmitir informações e obter conhecimento, através de tecnologias. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm possibilidades de levar conhecimento para os lugares mais longínquos e até mesmo diminuir distâncias, facilitando o acesso à educação. É possível afirmar que “as TICs podem levar à constituição de novos espaços de conhecimento, contribuindo para a busca de caminhos que favoreçam a democratização e a universalização da educação”, (LIMA & BOLAÑO, 2001).

O avanço científico da humanidade desenvolve o conhecimento e cria tecnologias cada vez mais inovadoras. A evolução tecnológica transforma o comportamento individual e social. As tecnologias de comunicação, como a internet e o computador, evoluem com muita rapidez e geram produtos diferenciados e sofisticados – telefones celulares, telefax, softwares, audiovisual, TV digital e videogames. Neste século, a sociedade está passando a cada descoberta tecnológica, principalmente na área da Educação a Distância (EaD), por uma transformação significativa.

O mercado tecnológico sofre mudanças e a adaptação a essa realidade será, cada vez mais, uma questão de sobrevivência. A internet tornou-se aliada do sujeito, por apresentar interfaces interativas e por permitir, pela agilidade e infinitas informações até em tempo real, a realização de várias tarefas concomitantes, a utilização de novas linguagens, um novo modo de pensar e agir, de ler e escrever, colocando-o num verdadeiro “labirinto eletrônico” e conduzindo-o ao “afogamento” no oceano de informações (ARAÚJO, 2007).

A EaD está se tornando, nas últimas décadas, uma verdadeira “febre”, desde o ensino básico até o superior. Mas a utilização de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) no âmbito escolar ainda é incipiente e um verdadeiro tabu, mesmo com o desenvolvimento da internet nos dias atuais. Acreditamos que a resistência é uma questão de tempo e será a própria sociedade da informação que exigirá novos conceitos de ensino e de aprendizagem. Se ainda há o medo e a insegurança entre os professores, ou até mesmo o despreparo em utilizarem as tecnologias na educação, fica claro que eles só poderão trabalhar com os AVA, conhecendo técnicas para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem em espaços on-line.

Ambiente Virtual de Aprendizagem

Os recursos utilizados para a realização de cursos on-line, a exemplo de textos, áudio, vídeo e infográficos, facilitam o entendimento dos conteúdos empregados no ensino a distância, através de Ambientes Virtuais.

Mas o que é realmente um AVA? Um Ambiente Virtual de aprendizagem (LMS – Learning Management System) é um sistema para gerenciar cursos a distância que utilizam a internet. Almeida (2003) afirma que os ambientes digitais de aprendizagem são “sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação”. Dessa forma, é fundamental que os profissionais envolvidos em espaços on-line conheçam as técnicas de sua utilização como suporte ao ensino presencial e a distância com o apoio das ferramentas de comunicação, dos recursos disponíveis, dos modelos utilizados no Brasil, das ferramentas de aprendizagem, entre outras possibilidades para docentes e instituições no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.

Percebe-se atualmente um crescente uso da EaD com o passar do tempo, desde o século XIX, e que vem crescendo de forma proporcional com o aprimoramento das tecnologias e dos seus avanços no campo das técnicas de ensino on-line. A EaD trabalha com dois tipos de comunicação como seus pilares no desenvolvimento do ensino para se atingir a aprendizagem dos discentes: a síncrona e a assíncrona. A primeira é a comunicação em tempo real, on-line, o que chamamos também de ao vivo, onde os interlocutores podem trocar informações no mesmo instante, a exemplo do chat (bate-papo) ou videoconferência. Essas ferramentas são utilizadas pelos docentes para aplicar a sincronia desejada.  A segunda é uma comunicação intermitente, na qual os interlocutores necessitam esperar pela resposta. O e-mail é um tipo de comunicação assíncrona, como também a ferramenta fórum, onde os participantes, em um AVA, fazem questionamentos, tutores aplicam atividades ou tarefas, gerando uma interatividade, mas de forma off-line.

Este trabalho lança um olhar sobre as tecnologias digitais, a respeito de técnicas de ensino e o uso de Objetos Virtuais para a Aprendizagem (OVA) em salas de aula on-line formatadas na plataforma Moodle (Outras informações no http://www.moodle.org.br), como forma de melhorar o ensino presencial. E para incrementar os ensinamentos em sala de aula, no curso de Museologia da Universidade Federal de Sergipe, foi lançado um AVA exclusivo para as disciplinas ministradas pelo autor deste artigo, desde maio de 2010.

Para a criação das salas virtuais, onde cada disciplina tem o seu espaço on-line, a exemplo das de Produção de Texto I, Tópicos Especiais em Educação e Comunicação em Museus, Educação Especial em Museus, entre outras, estar no ar o ambiente www. infonet.com.br/museusemsergipe/salavirtual. Ele pode ser acessado por todos os alunos devidamente matriculados no curso de Museologia da UFS – campus de Laranjeiras, mas para isso, é necessário um cadastramento com base a um nome de usuário (login) e senha.

Atuar com salas virtuais no ensino presencial tem sido uma oportunidade enriquecedora para os discentes. Com um AVA servindo como repositório de conteúdos, com possibilidades do professor realizar atividades a distância, essa técnica demonstra que, pela constante participação, os alunos vêm desenvolvendo aprendizagens significativas a cada semestre. Além de facilitar na produção do conhecimento, o AVA possibilita que os alunos possam acessar todo o conteúdo ministrado pelo professor, de qualquer lugar, a qualquer hora, bastando apenas um computador com acesso à internet.

O trabalho on-line realizado pelo autor deste artigo ocorre da seguinte maneira: tudo que é ministrado em sala de aula no semestre letivo, além dos trabalhos apresentados pelos discentes durante a realização dos seminários, fica disponibilizado na internet, o que facilita os estudos e evita custos adicionais com materiais impressos na hora de xerografar as apostilas. Com o AVA, os alunos matriculados conseguem de casa, do trabalho e da própria universidade, acessar tudo que está sendo ministrado, além de participar de fóruns de discussão e enviar tarefas solicitados pelo professor em sala de aula. No espaço da sala virtual, os alunos passam a ter acesso às seguintes possibilidades de interação: fórum, mensagens, wiki, e-mail, chat (bate-papo para marcar reuniões e discussões com os próprios colegas, cada um em seu ambiente, sem precisar sair de casa), entre outras. Até o fim do primeiro semestre de 2011, no curso de Museologia da UFS, já estudaram com o auxílio da internet, pouco menos de cem alunos.

Observando essa experiência, fica claro perceber que as TIC contribuem para o desenvolvimento das atividades em um Ambiente Virtual de Aprendizagem durante a realização de cursos a distância e no apoio aos presenciais. Como pensa Lévy (1993), “as relações entre o homem, o trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação, aprendizagem são capturados por uma informática cada vez mais avançada”.

Esta técnica de ensino empregada semestralmente pelo autor deste artigo no curso de Museologia, a própria experiência em EaD desde 2002 e as tutorias a distância na pós-graduação da UFS e do Sistema de Ensino Cursos Educar (www.cursoseducar.com.br) o ajudará a compor a tese de doutoramento em Educação Matemática, pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN).

É também Tutor da Pós-Graduação a Distância da UFS e dos Cursos Educar, Mestre em Educação (UFS) e Doutorando em Educação Matemática pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN).

Fonte: http://www2.jornaldacidade.net/artigos_ver.php?id=10035

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